A Amante de Edgar Allan Poe caminha eternamente no Cemitério Unitário
- Thais Riotto
- 31 de out. de 2023
- 3 min de leitura
Local: 8 Archdale St, Charleston, Carolina do Sul

Um antigo cemitério, com ervas daninhas e plantas que a natureza foi redecorando ao longo dos anos, deixando marcas nos caminhos e nas lapides, o som de passos podem ser ouvidos, sons esses que ocorrem quando poucos vivos caminham pelo local.
Nesse ritmo de poesia urbana, temos uma das lendas mais famosas, a Eterna Moradora que em vida era amante de Edgar Allan Poe, quem ele dedicou varias poesias, seu nome: Annabel Lee, a jovem que morreu antes de se casar com seu grande amor.
HISTÓRIA:
A construção do cemitério e da Igreja com o mesmo nome, datam do ano de 1772. Mas no início, o que seria usado como igreja, após a Guerra Revolucionaria, era apenas uma casa de reuniões para igrejas ao redor.
Eternos Moradores:
A Encantada mais conhecida, é Annabel Lee, amante de Edgar Allan Poe, que ainda caminha pelas lapides e as vezes se deixa ver por turistas que estão no local.
Alguns turistas já encontraram com ela, caminhando de roupa branca, em busca de seu amor. Sua energia não afeta de forma negativa nenhum visitante.
Mas por ser um cemitério, existem outros vultos e Eternos Moradores que caminham no local, alguns relatos falam sobre choros, passos, sussurros, mas nenhum deles ainda foi identificado.
ANNABEL LEE *
(by Edgar Allan Poe)
It was many and many a year ago,
In a kingdom by the sea,
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabel Lee;
And this maiden she lived with no other thought
Than to love and be loved by me.
I was a child and she was a child,
In this kingdom by the sea;
But we loved with a love that was more than love-
I and my Annabel Lee;
With a love that the winged seraphs of heaven
Coveted her and me.
And this was the reason that, long ago,
In this kingdom by the sea,
A wind blew out of a cloud, chilling
My beautiful Annabel Lee;
So that her highborn kinsman came
And bore her away from me,
To shut her up in a sepulchre
In this kingdom by the sea.
The angels, not half so happy in heaven,
Went envying her and me-
Yes!- that was the reason (as all men know, In this kingdom by the sea)
That the wind came out of the cloud by night,
Chilling and killing my Annabel Lee.
But our love it was stronger by far than the love
Of those who were older than we-
Of many far wiser than we-
And neither the angels in heaven above,
Nor the demons down under the sea,
Can ever dissever my soul from the soul
Of the beautiful Annabel Lee.
For the moon never beams without bringing me dreams
Of the beautiful Annabel Lee;
And the stars never rise but I feel the bright eyes
Of the beautiful Annabel Lee;
And so,all the night-tide, I lie down by the side
Of my darling, my darling, my life and my bride,
In the sepulchre there by the sea,
In her tomb by the sounding sea.
ANNABEL LEE *
(de Edgar Allan Poe, tradução: Fernando Pessoa)
Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor —
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar…
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demónios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim ‘stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.
Comentarios